Hoje é o meu primeiro dia de trabalho a partir de casa. O primeiro de muitos, pois é uma medida que ainda não tem data de fim à vista... Felizmente tenho essa possibilidade, já outros não têm esta "sorte". 
Até há poucos dias eu estava cética (muito cética) em relação ao COVID-19. Acreditava que este vírus era como uma simples gripe, aliás, que matava menos que uma simples gripe, e que o seu único grande problema era o facto de ser altamente contagioso. Até há poucos dias eu dizia que todo o alarido criado em torno deste surto era para enriquecer a indústria farmacêutica. Até há poucos dias eu estava muito enganada e era ingénua... Este vírus é muito mais perigoso do que possamos pensar. As coisas em Itália chegaram ao estado em que chegaram porque muita gente desvalorizou. Continuaram com as suas vidas como se nada fosse. E este “bicho” acabou por se espalhar. Hoje falamos em mais de 1200 mortes, só naquele país, e quantas mais já morreram na China e em outros países também... “Oh, em Portugal ainda não morreu ninguém”. E então? É preciso que haja a primeira, segunda, terceira, vigésima morte para que todos tomem consciência de que é realmente necessário mudar as nossas vidas durante um tempo? O ditado “Mais vale prevenir do que remediar” faz ainda mais sentido nos dias de hoje. Se não se preocupam convosco, preocupem-se, pelo menos, com os vossos pais, os vossos avós, os vossos filhos, maridos, primos, tios, sobrinhos, amigos, colegas de trabalho... Eu não faço parte do considerado grupo de risco, mas o meu namorado faz. Tenho uma amiga que é também colega de trabalho que tem a mãe já com quase 80 anos e a irmã teve um problema oncológico não há muito tempo, e é óbvio que me preocupo com elas. Vamos ser conscientes. Vamos optar por ficar em casa o máximo de tempo possível. Se quiserem sair, vão fazer uma caminhada ou uma corrida onde não há muita gente. Evitem ao máximo o contacto físico. “Vamos afastar-nos agora para que mais depressa nos possamos voltar a abraçar”.